Dólar sobe após dados de emprego dos EUA reduzir margem de manobra para corte de juros
Moeda recuou mais de 1% na véspera, a R$ 5,58, com alívio entre EUA e China; hoje, payroll acima do esperado nos EUA pressiona o câmbio para cima

O dólar volta a subir após a queda engatilhada na véspera, quando cedeu mais de 1% e atingiu o menor patamar desde outubro, para R$ 5,58. A moeda oscila entre altos e baixos, mas subia levemente e era negociada a R$ 5,60 ao meio dia nesta sexta-feira, 6.
O alívio cambial foi impulsionado por sinais de distensão entre Estados Unidos e China após líderes conversaram por mais de 1 hora e Donald Trump classificar o desfecho como “muito positivo”. Mas, o relatório de empregos, o payroll, reverteu essa tendência ao trazer preocupações de que o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), possa ter menor margem de manobra para cortar os juros. O relatório mostrou a criação de 139 mil vagas em maio, superando as expectativas de 130 mil. Embora revisões negativas nos números de março e abril tenham amortecido o impacto, o dado fortalece a ala mais cautelosa do Fed e reduz a probabilidade de cortes de juros mais agressivos no curto prazo, uma leitura que tende a fortalecer o dólar globalmente e a pressionar ativos de risco.
O Ibovespa avança, ainda que sem grande fôlego, impulsionado pelas ações de commodities, enquanto aguardam as medidas prometidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que vão substitui o aumento do IOF. A tensão entre o Executivo e o Congresso sobre as fontes alternativas de receita tem limitado o apetite de investidores por ativos locais, mesmo diante de um câmbio mais favorável.
Os desdobramentos do embate entre Trump e Elon Musk, CEO da Tesla e antigo aliado, também seguem no radar dos investidores. A troca pública de acusações e ameaças de processos, que incluiu a revelação de supostos contratos sigilosos, gerou forte volatilidade nas ações da empresa de veículos elétricos, que recuaram mais de 14% na quinta-feira. As ações da Tesla se recuperam e subiam mais de 5% ao meio dia.