A pessoa por trás da primeira Igreja Luciferiana do país: ‘mudar conceito’ p2o3r
Comandada por mestre Jonan, o templo acredita que Lúcifer é sinônimo de amor e sabedoria 2m284f

Parede preta e vermelho, cruz invertida e um altar repleto de imagens de diferentes santos e entidades – essa é a estrutura da primeira Igreja Luciferiana do Brasil, localizada em Itatiaia, Rio de Janeiro. Comandada por Jonathan de Oliveira Ribeiro, o mestre Jonan, 31 anos, o centro de quimbanda quer reposicionar Lúcifer como um ser de luz e força divina. “Luciferianismo é uma filosofia e, em alguns casos, uma religião que venera Lúcifer como um símbolo de conhecimento, liberdade e autoconhecimento, em vez de concebê-lo como o diabo da tradição cristã”, explica à coluna GENTE. Assim que começou a pipocar imagem do local nas redes sociais, como um milagre da multiplicação, com o engajamento veio junto a curiosidade.
Para Jonan, os praticantes do lucerianismo não buscam a adoração ao mal, mas sim pela sabedoria e autodesenvolvimento. Bebendo desse dogma, o mestre decidiu criar a Igreja para quebrar a ideia cristã do que seria o satanismo. “Construí a primeira igreja luciferiana a pedido dos meus guias. Está sendo muito prazeroso mostrar para o Brasil que um luciferiano é uma pessoa normal, que coloca o amor em Deus em primeiro lugar e pratica a benevolência e a justiça com o próximo. Nosso país é laico, então tenho o direito de usar minha expressão religiosa”, acrescenta ele, sem entrar em detalhes sobre quantos fiéis sua igreja já dispõe.
Em vídeos publicados no TikTok, Jonan mostra um pouco da rotina dentro do templo religioso. Momentos com um bode que tem de estimação (na concepção cristã, o animal é representação de Satanás), limpezas espirituais e incorporações são alguns dos conteúdos compartilhados por Jonan. No entanto, mesmo que tente quebrar estigmas e preconceitos, o mestre ainda é alvo de ataques de intolerância religiosa. O espaço todo em tons vermelho e preto, em formato que lembra um pequeno castelo, sofreu vandalismo em fevereiro.
“Várias imagens foram quebradas. Um dia depois, o criminoso, mesmo tendo duas agens pela justiça, foi liberado. O prejuízo foi grande, mas a intolerância só me deu mais força para lutar ainda mais pela minha religião. O mais importante é se tornar uma pessoa melhor a cada dia. Isso aproxima o ser humano de Deus, o criador de tudo”. Por fim, Jonan reforça que qualquer tipo de expressão religiosa é sinônimo de amor.