Padre Julio Lancellotti critica a Parada LGBT de SP: ‘Reproduz a exclusão’
Religioso conhecido por acolher pessoas em situação de rua sem fazer distinções de gênero e sexualidade questiona o evento: 'Onde estão os pobres?'

O padre Julio Lancellotti criticou abertamente a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, classificando-a como elitista, por excluir as pessoas mais pobres da sociedade. A declaração foi dada em entrevista ao podcast LendaCast, com trecho publicado nas redes sociais (assista abaixo) em parceria com o perfil do padre na terça-feira, 3.
“A Parada LGBT de São Paulo é uma das maiores do mundo, mas reproduz a exclusão, reproduz o descarte. Os bonitos, despidos, estão lá em cima do carro, e os pobres, feios, magros, lutando para sobreviver, estão ali embaixo, empurrando o carro e levando bronca”, afirmou o padre, que é conhecido por sua atuação em defesa dos pobres, principalmente a população que vive em situação de rua na região central de São Paulo.
“Eu já falei várias vezes para o pessoal [da organização] da Parada do Orgulho LGBT: onde estão os pobres? Já falei várias vezes. Os LGBT pobres não estão lá em cima do trio. Eles estão lá no final da Parada, catando latinha. Eles jamais vão subir em cima de um daqueles trios elétricos”, criticou.
O padre Julio também é famoso por suas posições críticas ao sistema capitalista, aos extremismos de direita e, por vezes, aparece nas redes sociais defendendo os direitos de pessoas trans que vivem nas ruas. “Não basta ser do grupo LGBT para ter uma cabeça aberta. Às vezes, tem até LGBT de direita, de extrema direita, que apoia fascistas e neofascistas. Todos nós temos um tirano que mora dentro de nós, todos nós temos um homofóbico que mora dentro de nós”, finalizou o religioso sem especificar nomes de pessoas ou movimentos sociais.
VEJA tenta contato com a ONG ParadaSP, responsável pela organização e realização da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. O espaço está aberto e, se houver retorno, o texto será atualizado.
Assista ao vídeo: