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Informação e análise

Haddad define como será pago o novo pacote de gastos eleitorais 66c2n

Governo e Congresso se uniram no enredo ilusionista sobre as contas públicas. O desfecho é conhecido: vai sobrar fatura nova para quem paga imposto i4e1g

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 jun 2025, 08h00

Um antigo espetáculo de ilusionismo ganhou nova versão e está sendo exibido na praça dos Três Poderes, em Brasília.

Lula, diretor da peça, deu ao ministro da Fazenda a tarefa de mostrar que, no seu governo, o impossível acontece.

No caso, Fernando Haddad precisa fazer caber dentro dos orçamentos deste e do próximo ano um expressivo aumento de gastos — estimado em 120 bilhões de reais no biênio —, considerados essenciais à campanha eleitoral.

Haddad abriu a gaveta de alternativas que requerem “coragem política”. Na semana ada, criou uma crise ao decretar aumento do Imposto sobre Operações Financeiras, aplicável a todas as pessoas físicas e jurídicas.

A dura reação empresarial estimulou os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, a uma atitude incomum: dar um ultimato ao governo, em público, com prazo fixo (“dez dias”) para troca do aumento do imposto por outra fonte de receita.

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Nesta terça-feira (3/6), o ministro demonstrou orgulho ao dizer que “só precisamos de dois dias”, porque os estudos sobre alternativas estavam prontos há mais de um ano na Fazenda.

No Palácio do Planalto, Lula continuou fazendo de conta que não era com ele: “O Haddad, no afã de dar uma resposta à sociedade, apresentou uma proposta (a do IOF) que elaborou na Fazenda.”

Convidou Motta e Alcolumbre para um encontro com Haddad no Alvorada, residência oficial. Eles aceitaram e, mais uma vez, Lula virou árbitro de uma crise criada dentro do seu governo e em benefício do próprio governo. Na sequência, embarcou para eventos diplomáticos em Paris.

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Em Brasília, o ministro da Fazenda e os chefes do Legislativo anunciaram um pré-acordo sobre fontes alternativas de receita ao aumento de imposto para sustentar o expressivo aumento de gastos considerados essenciais à campanha eleitoral.

Até o início da próxima semana, disseram, será conhecido o pacote de financiamento do “projeto de Brasil do governo Lula” — como definiu outro ministro, Alexandre Silveira (Minas e Energia).

Com o hábito de ver a política pelo pragmatismo do caixa, Silveira prevê tranquilidade para o governo na tramitação legislativa do novo conjunto de medidas, ainda não anunciado. Seu argumento: “Há uma pressão por liberação das emendas parlamentares (50 bilhões de reais), que ficaram limitadas com o resto do orçamento.”

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Por enquanto, a maior oposição ao pacote desconhecido está no Partido dos Trabalhadores. Ali, prevalece o temor de que, para bancar o programa eleitoral do ano que vem, Haddad, Motta e Alcolumbre combinem decisões — com o discreto aval de Lula — que podem resultar, por exemplo, na correção do salário-mínimo apenas pela inflação, para reduzir o ritmo de aumento dos gastos com a Previdência.

No PT há quem desconfie de Motta e Alcolumbre, por exemplo, supondo que trabalham para derrotar Lula no ano que vem ou, em caso de reeleição, para inviabilizar o governo depois.

Governo e Congresso se uniram na reedição do enredo ilusionista sobre equilíbrio das contas públicas. O desfecho é conhecido: vai sobrar fatura nova para quem paga imposto.

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