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‘Frei Chico’ tem sido fonte de problemas para Lula desde o regime militar 1m2017

Militante comunista, irmão do presidente era vigiado pela ditadura, foi denunciado na Lava-Jato e agora é alvo da I dos Aposentados 6c3s3q

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2025, 13h55 - Publicado em 1 jun 2025, 11h59

Irmão mais velho de Lula, José Ferreira da Silva tem sido uma fonte de problemas para o presidente da República desde os tempos do sindicalismo na região do ABC, em São Paulo.

‘Frei Chico’, como é conhecido, foi investigado pelos serviços de inteligência do Exército e da Aeronáutica e pelo extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) por envolvimento com organizações consideradas à época como subversivas. Durante a Lava-Jato, ele foi denunciado por receber dinheiro da empreiteira Odebrecht — e agora é um dos principais alvos da oposição na I dos Aposentados, caso ela seja instalada.

Os serviços de inteligência do regime militar produziram mais de 150 relatórios sobre o irmão do presidente, incluindo monitoramento com fotografias à distância. Em um relatório de 1984, por exemplo, o SNI discorre sobre a arrecadação para as organizações subversivas. No documento. Frei Chico, então filiado ao PCB, partido que era considerado ilegal, aparace como suplente do comitê central do partido.

Os militares também acompanhavam as viagens do sindicalista ao exterior. Em 1981, o SNI monitorou uma incursão dele a Moscou para as comemorações do aniversário da Revolução Russa. O relatório descreve que o irmão do presidente, depois de ar por Moscou, também esteve em Cuba.

Segundo os espiões, Frei Chico ficou  “encantado com o que viu naquele país, onde ‘não há miséria’ e o ‘governo dá todas as condições de vida para ao povo’”. Os relatórios mostram que o irmão de Lula defendia a implantação do comunismo no Brasil.

Frei Chico voltou a ser um problema para Lula em 1987. De acordo com os relatórios, após o assassinato do sindicalista Antônio Ubirajara Mota, candidato  a presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, ele, que também disputava o cargo, foi alçado à condição de defesa da CUT, suspeita de envolvimento no crime.

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Em 1989, um relatório do SNI reproduziu uma entrevista que Frei Chico concedeu à Folha de Londrina, na qual anunciava que apoiaria Roberto Freire no primeiro turno da eleição presidencial, pleito que também foi disputado por Lula.

Frei Chico
Frei Chico em relatório do SNI, em 1985 (reprodução/Reprodução)

Na Lava-Jato e no INSS, mais problemas para Lula 4l2r2u

Durante a Lava-Jato, Frei Chico foi denunciado pelo Ministério Público Federal por receber uma suposta mesada da empreiteira Odebrecht.

Entre 2003 e 2015,  segundo os investigadores, ele faturava entre 3 mil a 5 mil reais da empreiteira. O processo acabou arquivado em 2022 pela Justiça, mas causou mais desgastes a Lula.

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Agora, o governo se esforça para  blindar o irmão do presidente na I dos Aposentados, que deverá ser instalada no Congresso no próximo dia 17.

Frei Chico é vice-presidente do Sindnapi, uma das entidades investigadas pela Polícia Federal por desviar dinheiro dos aposentados do INSS.

ATUALIZAÇÃO: Após a publicação da matéria, o Sindnapi enviou a seguinte nota:

É sabido que o presidente Lula foi levado ao sindicalismo pelas mãos de Frei Chico, que já militava no movimento sindical há muitos anos. A ideia de que “Frei Chico é fonte de problemas para Lula” é fruto da subjetividade opinativa do autor que, ao elencar os “supostos problemas”, busca uma conclusão editorial previamente estabelecida, numa espécie de “pré-julgamento moral”.
Vejamos.

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1) É público que Frei Chico foi militante do Partido Comunista Brasileiro não havendo nisso qualquer impedimento ético a não ser pelo fato de que a ditadura militar considerava a agremiação “ilegal e subversiva”. Portanto, é de se ressaltar a coragem e integridade de uma pessoa que ousou enfrentar o regime de exceção e não o contrário.

2) Exatamente por sua condição de opositor ao autoritarismo, Frei Chico foi investigado por anos pelos serviços de espionagem da ditadura, chegando a ser preso e torturado, fato não mencionado para quem se dispõe a expor a militância política legítima de um cidadão.

3) Chega a ser hilária, então, que ganhe destaque a conclusão de que “Frei Chico defendia o comunismo e a implantação do comunismo no Brasil”, extraída dos relatórios do SNI. Na condição de comunista, quais ideias ele iria defender se não fossem essas?

4) A menção ao seu envolvimento na operação Lava-Jato é falaciosa porque somente alguns parágrafos depois esclarece que Frei Chico, apesar de citado nas investigações, teve a denúncia arquivada por absoluta falta de provas.

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5) Mais grave, porém, é a vinculação velada do nome de Frei Chico a um crime ocorrido em tempo e circunstâncias totalmente diferentes das citadas na matéria, numa clara demonstração de desprezo pela apuração séria, critério básico do jornalismo. O sindicalista Antônio Ubirajara Mota foi morto em 1988 pelo amante de sua esposa, num caso que nada teve a ver com disputa eleitoral do sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, embora a vítima, conhecida como “Bira”, fosse candidato a presidente naquele ano. Já Frei Chico encabeçou a chapa de oposição nas eleições de 1983, cinco anos antes do crime, sendo que desde 1984 não mais participou das ativ idades daquele sindicato.

6) Finalmente, na condição de vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, cargo que assumiu em agosto de 2024, Frei Chico não possui função istrativa ligada ao acompanhamento de filiação de associados, tornando-se mera ilação qualquer vinculação de seu nome com a arrecadação de recursos do sindicato.

7) O Sindnapi, é importante reiterar, não recebeu nenhuma penhora de bens, busca e apreensão das autoridades policiais e tampouco seus dirigentes sofreram qualquer intimação. Daí se conclui que o sindicato é citado no relatório da Controladoria Geral da União, mas até o momento não existe uma investigação formal pois não tomou conhecimento de qualquer tipo de procedimento do qual seja parte.

8) Mais: o Sindnapi foi a entidade que denunciou em pelo menos três oportunidades no Conselho Nacional de Previdência Social (2017, 2019 e 2023) as irregularidades que estavam sendo praticadas por associações criadas especialmente para fraudar os aposentados. Em nosso caso, o processo de filiação de associados obedece a várias camadas de segurança que am por biometria facial, áudio de concordância do interessado, ficha de filiação assinada digitalmente, foto do associado com cópia de documento de identidade visível, entre outras. Ou seja, muito antes do INSS ampliar as exigências de validação das filiações, o Sindnapi já tinha a preocupação de garantir a transparência em todas as etapas, chegando inclusive a realizar uma auditoria própria no início de 2024.

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9) Apoiamos e colaboramos com as investigações das autoridades policiais e judiciárias, esperando que haja punição rigorosa aos verdadeiros culpados pela prática desse crime contra os aposentados e pensionistas.

10) O Sindnapi foi criado há 25 anos e por meio da nossa sede e subsedes localizadas em quase todo o território nacional oferecemos inúmeros benefícios aos associados. Além disso, somos fiéis aos princípios que deram razão para a nossa existência que é a defesa dos direitos dos aposentados e pensionistas que merecem uma vida digna e justa.

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